Terça – feira dia 27.06.2017
Não é só a disputa presidencial de 2018 ou a importância dada às reformas que explica a posição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital, João Doria, pela permanência do PSDB na base aliada do presidente Michel Temer. Em ambos os casos, um fator extra tem sido levado em consideração: tanto o Estado como a Prefeitura têm como foco de suas gestões programas de desestatização que dependem da estabilidade econômica e também política do País para atrair investidores. Juntos, governo e Prefeitura ofertam hoje uma cartela de negócios de cerca de R$ 55 bilhões.
Não é só a disputa presidencial de 2018 ou a importância dada às reformas que explica a posição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital, João Doria, pela permanência do PSDB na base aliada do presidente Michel Temer. Em ambos os casos, um fator extra tem sido levado em consideração: tanto o Estado como a Prefeitura têm como foco de suas gestões programas de desestatização que dependem da estabilidade econômica e também política do País para atrair investidores. Juntos, governo e Prefeitura ofertam hoje uma cartela de negócios de cerca de R$ 55 bilhões.
Uma eventual segunda troca de presidente em pouco
mais de um ano poderia afugentar investidores e reduzir as chances de fechar
bons negócios a tempo de mostrar ao menos parte dos resultados antes da corrida
eleitoral. Com a arrecadação em baixa, os tucanos têm colocado todas as suas
fichas nas possibilidades de parcerias com a iniciativa privada para engordar o
caixa.
Há um mês, Alckmin e Doria cumpriram uma agenda
extensa em Nova York e Washington, com o intuito de apresentar seus projetos a
empresários brasileiros e estrangeiros. Doria, especialmente, já fez três
viagens internacionais desde janeiro com essa mesma pauta: tentar vender os 55
ativos listados por sua gestão no plano municipal de desestatização. Na
relação, estão o Estádio do Pacaembu, o Autódromo de Interlagos e o Complexo do
Anhembi, além de parques, mercados e cemitérios.
A relação de Alckmin é ainda mais ousada. Inclui,
por exemplo, concessões de rodovias estaduais, linhas de trem e metrô, sistemas
de abastecimento de água e ainda habitações de interesse social. Na análise do
governador, que já alcançou bons resultados neste ano ao conceder estradas — o
leilão da Rodovia dos Calçados, na região de Franca, por exemplo, obteve ágio
recorde de 438% e rendeu R$ 1,2 bilhão em outorga —, a instabilidade política
pode prejudicar seus planos.
"É claro que sempre atrapalha um pouco",
disse Alckmin. O que pode minimizar os efeitos da crise no governo Temer,
segundo o governador, é que o investimento, neste caso, é de médio e longo
prazo, já que os contratos de concessão são de 20 a 30 anos.
"Então, ele não está enxergando o Brasil deste
ou do ano que vem. Esse é um ponto importante. O segundo ponto a se destacar é
que São Paulo oferece segurança jurídica. Nossas concessões são da década de
1990 e temos agências reguladoras profissionalizadas. Isso nos ajuda",
afirmou Alckmin.
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Cronograma
O governador disse também que vai manter o
cronograma estabelecido para os leilões. No próximo dia 5, por exemplo, ele
participa do leilão da Linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô na Bolsa de Valores de
São Paulo. O lance inicial para os dois ramais é de R$ 189 milhões, mas com
previsão de alta. Ao todo, o programa estadual está avaliado hoje em US$ 14,6
bilhões, ou cerca de R$ 48 bilhões.
Para aumentar a concorrência e atrair empresas
estrangeiras, o governo estadual alterou as regras das concessões paulistas,
retirando uma exigência técnica que limitava a participação a empreiteiras.
Neste ano, até abril, Alckmin ainda fechou a concessão de 570 km de rodovias no
centro-oeste do Estado e de cinco aeroportos de aviação executiva.
"Temos de transformar as necessidades do
Brasil na área da infraestrutura em oportunidades. Com boas reformas, o País
vai crescer, o emprego vai ser retomado, assim como o consumo e a renda. A
razão de o PSDB ter permanecido é essa: as reformas. O nosso compromisso não é
com o governo", afirmou.
Doria segue o mesmo discurso. Para o prefeito, a
continuidade das reformas e a manutenção da política econômica da gestão Temer,
que, na sua análise, vem sendo bem realizada, dão o caminho de que é possível
ainda a investidores nacionais e internacionais confiarem no manejo econômico
do País e em uma razoável estabilidade política para permitir que alguns
investimentos sejam realizados.
"Pior seria se tivéssemos instabilidade plena,
o enfraquecimento do governo e sua paralisação quase que por completa diante de
uma saída do PSDB. Felizmente, preservou-se o bom senso e o equilíbrio, mas
dentro de um aval que não é incondicional", afirmou Doria, sobre a decisão
tomada pela executiva nacional da legenda no início deste mês.
Fonte:
noticias.r7.com/brasil
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